segunda-feira, 10 de maio de 2010

Top 3 econômico de semana - 10 a 14 de maio

1) Novo pacote europeu anunciado no final de semana. Dessa vez são mais de U$ 930 bilhões, divididos entre FMI e Comunidade Europeia. Os mercados operam em euforia na Europa, com a bolsa espanhola subindo mais de 13% e o Euro voltando a ficar próximo dos $ 1,30. Sem dúvida, a notícia mostra que a comunidade europeia está disposta a fazer o necessário para diminuir a crise que, no longo prazo, de fato ameaça o Euro. O pacote de hoje facilita muito o acesso à liquidez dos países em dificuldade, mas a situação fiscal de médio prazo precisa ser combatida com rigor. Principalmente na Grécia, pacote nenhum será bem sucedido se o governo não reduzir drasticamente seus gastos públicos.

PS: membros do governo brasileiro e diversos economistas nacionais foram muito enfáticos ao decretarem que a crise de 2008 - e a atuação dos BC's e dos Tesouros ao redor do mundo - marcava o fim do "Estado pequeno" e do pensamento econômico que imperava há anos. Agora, aonde estão esses mesmos economistas para comentarem a crise fiscal na Europa? Lógico, o Brasil ainda não está em situação fiscal semelhante. Mas esse não seria o momento de melhorar? Cortar gastos, aumentar investimentos? Enfim...

2) Vendas no Varejo brasileiras (março) 4a feira. O comércio está bombando. Na divulgação de fevereiro, a alta mensal foi de 1,6% e a anual de 12,3%! Sim, e o BC não subiu juros em março nessas condições. Crédito e massa salarial continuam a sugerir varejo forte e o número de quarta feira deve ser de nova alta, tanto mensal quanto anual. Lógico que ninguém é contra crescimento (antes que aquele economista "desenvolvimentista" dentro de você comece a gritar) mas essa taxa de crescimento chinês pode ser sustentada sem pressão inflacionária?

3) Vendas no Varejo americanas (abril) 6a. O resultado de março nos EUA foi surpreendentemente forte, fechando um primeiro trimestre muito bom no varejo americano - as altas mensais entre janeiro e março foram, respectivamente, de 0,3%, 0,4% e 1,9%. O número de março foi muito favorecido por três fatores: a) efeito base, por que janeiro e fevereiro foram prejudicados pelo clima e pelas tempestades de começo de ano nos EUA; b) recuperação mais clara do mercado de trabalho e; c) antecipação de uma parcela de restituição de impostos. Mesmo assim, os números de confiança do consumidor continuam muito ruins. E, no médio prazo, a confiança é um dos principais antecedentes para os números de consumo. A atividade econômica nos EUA, principalmente por causa do consumo, não deve manter o nível apresentado no primeiro trimestre. A divulgação de sexta feira deve mostrar uma alta ao redor de 0,2% no mês.

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